domingo, 29 de abril de 2012

Cotas

     Se uma pessoa chegar para mim e perguntar minha opinião em relação às cotassinceramente eu respondo: Não sei. Não sei, já que as cotas são conseqüências do mundo que aceitamos. Mundo este cheio de desigualdades e mentiras. Mundo forjado ao dinheiro usurpador de vidas.

        A questão das cotas é apenas mecanismo de discórdia para particulares odiarem ainda mais o público e o público sempre ver o particular como ideal. Ideal pela falsa e aparente boa “qualidade” de ensino. Afinal de contas o que é ensino? É ser programado a acertar questões de vestibular? É não ser estimulado a pensar e ter opiniões construtivas? Pra falar a verdade não existe educação em nosso país. Nem na pública muito menos nas redes privadas. Seja ela de ensino primário, médio ou “Superior”. Afinal de contas fazer robôs não é ensinar, fazer robôs é programar. E programar é moldar personagens engolidoras de tecnicismo e academicismo.

        Estas cotas geram um processo de discriminação disfarçada ao ponto que menosprezam a capacidade intelectual destes estudantes, mostrando o rosto de um governo que tapa os buracos dos seus ridículos investimentos no setor público, afinal em vez de sanar a dificuldade dos investimentos da educação este governo corta 55 milhões de reais desta. Esta visão negativa mostra a real face governamentista de não querer solucionar os problemas, mas sim de mascará-los com políticas socialdemocratas vindas do neoliberalismo. Neoliberalismo este que rouba o direito dos pobres alimentando banqueiros, ricos empresários e políticos corruptos.

       Por outro lado percebemos uma real dificuldade de alunos vindos de uma educação pública e deficiente de entrarem em uma universidade pública por ampla concorrência. Estas cotas funcionam por meio de uma falsa meritocracia estes alunos a entrarem em uma instituição pública, resolvendo apenas temporariamente este problema, já que se torna uma peneira totalmente desleal para muitos alunos. Mas estas cotas em partes morrerem nos vestibulares. O governo, ao invés de auxiliá-los, desmoralizá-los com criação de bolsas disputadas novamente com um mini vestibular. Valorizando aqueles que tiveram uma programação voltada as técnicas vestibulares. E aqueles sem condições desistem mesmo com sua entrada em uma instituição publica garantida. Eles não têm condições financeiras de se manterem os estudos.

      As cotas têm seus lados positivos e negativos, mas elas não devem ser as únicas medidas para auxiliarem alunos vindos de educação pública, alunos negros, índios,sejam lá quais cotas sejam a entrarem em uma universidade pública. Estas cotas devem ser usadas como instrumento temporário para corrigir a desigualdade de vagas nas universidades. O segredo é investir com todo poder na educação pública e imediatamente. Devem ensinar a pensar e não a decorarem o que “cai” neste vestibular. Pois este investimento com o tempo vai acabar com cotas, PROUNI (lembrando que a cada vaga do PROUNI daria pra manter 4 alunos em uma instituição pública), FIES e etc.

         Então se me perguntarem qual a minha opinião sobre as cotas eu direi: Sou contra as políticas públicas feitas em relação à educação neste país chamado Brasil.
Mas devemos analisar se 50% das cotas contemplam ao futuro da educação pública e se estes alunos quando entrarem terão suporte para concluir o curso. Pensemos não somente no acesso como também na permanencia. Muitas perguntas extras surgem a mais de ser a favor ou contra.

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