domingo, 3 de fevereiro de 2013

Entre prisões e liberdades

Vai! Corre em busca da tua desesperada ansia de viver.
Extrapola os limites da vivência e amarga o intangível dom de enlouquecer.
Pontos cruzados ao fio de tecer da liberdade
Enraizam-se num quarto escuro da infelicidade
O anjo torto e gauche de Drummond é apenas um beijo de medo
Medo, medo, medo de ficar longe daquilo que pareceu ser tão cedo
Tum, tá, tum tá
o coração bate pensando onde você pode estar!
Vázio e incompleto ele segue
livre, mas em busca daquele pedaço que ainda persegue
Em fronte a liberdade a prisão de um beijo
enfatizado nesse pobre ser sertanejo!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Eu sou você, você sou, nós somos vocês

Nos ares a cláusula da mentira
os anos que decorrem da calúnia dita ultrajante
manifestam-se no oportunismo vijente do ego
Corre, oportunidade é para os fracos
A vida é para os que querem viver
Vem e diz o porque de te deixar para traz?
Se sou humano, pra que te matar, pra que te deixar tão mal?
Se vivemos na terra por que você quer viver no céu?
Vem Desce não existe obstáculos, os obstáculos somos nós mesmos
Superemo-nos nossas proprias mazelas
Os humanos são iguais. Ninguem irá provar o contrário!
Mesmo ar, mesma água, mesmo sol, mesma lua nos regem
Quando tem água...
mas se não tem água por que não improvisar?
Só depende de nós, da ponte ao palácio
Humanos são iguais
Nascem, crescem, apaixonam-se, sofrem e morrem
Humanos são iguais
Humanos são sua própria força, são a força, são o poder...
Só depende de mim e você.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Eu só quero amar você

Eu só quero te amar
não importa onde, como e que horas
pode ser no ceú, na terra, no mar

As velozes fúrias da liberdade do amar
ecoam pontiagudos por milhares de sonhos
até te encontrar

Eu só quero te amar
não importa onde estejas
a que distância desejas
a tua pele eu quero tocar

Se a minúcia das outroras dúvidas te afastam
é por que você não sabe amar
mas as dúvidas ainda me levam
ao sonho e sorriso
do poeta mais indeciso
Eu só quero te amar

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O anjo e o rio

Ao caloroso deserto sem estribeira
o rio apaixonado descia.
A esperança dos lindos olhos sorrirem crescia
E a cada impulso um pulso calado escurecia a sexta-feira
enquanto um breve sorriso falho abriu-se sem vontade.

Resposta esperada, um grito sem mais nada, o anjo se apavarou...
O rio descia, mas ninguem o via. O anjo apenas disfarçou!
anjo torto, escondido em meio as falas, apenas se recatou
O desprezo fora tão grande que a cada lembrança, o rio brotou.

Medo, raiva, indignação no anjo brotava
junto a solidão de suas asas o fazia sofrer.
Seus suspiros estavam tão fracos que sua alma chorava.
O rio descia por entre as barbas e suas asas nao conseguiam mais bater.

Anjo torto em meio a resposta inata apenas sorriu
ninguem entenderia
que no meio daquela correria
um anjo renasceu!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pensamentos Sabios Tentando Unir? (Viva a Cartilha)

Quando começam à lutar?
Quando devemos parar de lutar?
Para que lutar?
Por que lutam?
São lutadores?
Por que as lutas demoram?
Lutar... O que é lutar?
Lutam por mudanças?
Lutam pelos outros?
Lutam por seus filhos?
Lutam por quem?
Até quando?
Somos burgueses brincando de operários!
Passam mensagens por cabeças, duvidas, soluções...?
Filosofar... As vezes deprimem um lutador, mas a vocês não. Vocês são unificados, não existe dúvida.
Cansaço, raiva, decepção... a frase mais falada é revolução do operariado. Quem são os operários?
Paciência até onde vai uma paciência?
Controle-se você não pode se exaltar!
Pense rápido. Responda perguntas. Não se exalte. Você decorou nossa cartilha?
Não mostre suas idéias. Elas podem ser radicais.
Até onde vai o ato de querer mudar o mundo?
Até onde você tem sentimentos?
Até onde você irá chorar de alegria?
Você chora?
Quem chora pensa. Você pensa?
Até onde é luta? Até onde é paciência? Até onde você sabe pra que luta?
Sua idéia é 100% correta? Você tem realmente uma ideologia?
Você está no partido? Siga meu discurso, fale meu discurso. Você é o escolhido pra falar!
Somos a unidade do Futuro!! Mas não pensem, vocês são do partido.
De tanto meus jovens caminharem estão Morenos.
Sigam a Cartilha. Sua idéia não pode mudar. Você é do Partido.
Não tem alianças, nós somos uificados. Você tem idéias? Siga a Cartilha.
Somos soldados, pedindo esmolas... Somos soldados da Revolução! Nós seguimos a cartilha!
A cartilha ensina a ser uma voz calada, adestrada e enganada.
A cartilha te ensina a pensar sabiamente tentando unir os "trabalhadores". Viva a cartilha ela é lei!

sábado, 1 de setembro de 2012

Ao som do mar e aos reflexos da lua

Ao som do mar e aos reflexos da lua
Expirando pesares e dores aos sons mais profundos da poesia
aspirando-se os mais profundos sons gélidos de mágia.
Curvando-se ao eco melódico do passado
escuspindo sentimentos em rochas lacrimosas do coração
movido por correntezas oculares e silenciado à sua respiração.
Cada vulgo pesar dosado pelo olhar fixo no horizonte
Suspiros recehados de lembranças que ficaram nas lembranças
lembranças congeladas no passado e enterradas no passado.
Batimentos cardíacos frios e estáticos de sentimentos
mas sentimentos cada vez mais vazios ocupam os suspiros noturnos.
Apenas as notas mais profundas da poesia promovem resquícios de sentimentos ao virar da madrugada!
Absorvendo a maresia doce do mar
e sugando a poesia como um recanto que ao virar da madrugada vem te abraçar.

domingo, 26 de agosto de 2012

MEU 1º ENEF

Cap02: 17 horas 

Viajar durante 17 horas dentro de um ônibus, no começo pareceu-me ser bem angustiante. Não sei se pelas experiências antigas de viajar em ônibus desconfortáveis ou pelo medo que tenho de viagens. Foram 17 horas, apesar de estar sentado, muito bem aproveitadas. Pensar, dialogar, observar, ler, analisar, relembrar angustias e sintetizar tudo isso fossem mudar uma decisão já tomada. A viagem em si demorou bastante. Primeiro o embarque atrasou em 1 hora, pois o ônibus havia atrasado. Segundo no decorrer no percurso engarrafamento na cidade de Timon e longas paradas em outras cidades.
Eu e meus companheiros de viagem entramos no “expresso para Belém” e nos acomodamos. O ônibus era confortável. Carol foi ao meu lado, Marcelo ao lado de Brayan e Luana foi sozinha em um banco diagonal ao dos meninos. Conversei bastante com Carol e tirei muitas brincadeiras com os demais companheiros de empreitada. Percebi que aos poucos os outros integrantes de tal aventura buscavam um belo sono como refugio. Logo minha acompanhante de banco cochilou e dividi meu lençol com ela. Em pouco tempo comecei a observar a vegetação do Estado do Maranhão. Percebi poucas mudanças, mas percebi que o cerrado aos poucos começava a ficar mais denso e as matas de Cocais ficavam cada vez mais abundantes. É uma vegetação muito parecida com localizada aos redores da minha amada cidade natal. Estas observações lembraram-me bastante minhas aulas de geografia. Lembraram cada palavra sobre as florestas de transição. Florestas com arvores tortas, mas que já começavam a serem mais altas e próximas umas das outras. Sem falar na imensa quantidade de carnaúbas. Pura transição de clima transparecendo na vegetação.
Quando passamos pela cidade de Caxias tirei o livro “O Estado do Futuro” dentro da mochila e comecei a devorá-lo. Admirei bastante cada linha deste livro. Posso dizer que me tornei mais idealizador de um mundo libertário, mais ainda do que eu já era antes de ter a honra de lê-lo. Mundo livre de opressões. Mundo de pessoas livres e detentoras de si próprias, liberdade... Este livro traz bastantes tópicos sobre liberalismo, socialismo e capitalismo de estado e socialismo libertário. Noan Chomsky diz claramente ser socialista libertário e explica o que é cada um dos tópicos, interpreta escritos de grandes pensadores como Humbolt, Marx, Rosa de Luxemburgo, Bakunin entre outros tantos. Apesar de ser tão pequeno, este livro marcou profundamente minha mente. Refleti-o durante boa parte da viagem.
Muitas outras reflexões surgiam na minha mente. Pensei bastante sobre uma das minhas últimas palavras compartilhadas com uma certa pessoa, o ENEF será minha despedida do M.E. Eu já estava saindo de uma crise ideológica, emocional, familiar, política, de saúde e ainda estava muito confuso. Ou melhor, ainda estou. Eu já vinha me afastando do Movimento Estudantil, reuniões estavam sendo cansativas e minhas palavras cada vez mais niilistas. E este ENEF estava na minha cabeça como uma adeus, não é a toa que eu queria curtir e não representar mais nada. Aos que se lembram, eu até redigi minha carta de renuncia do meu amado CAFAR (faltou apenas entregar para anexar em ata) e também já queria me afastar da disputa contra os pelegos da UJS.
A saída do M.E ecoava por minhas vísceras e turbinava meus neurônios de sinapses. Eu olhava pra janela do ônibus e mistura dores passadas. Mario Quintana estava certo quando disse que viajar era a troca de roupas da alma. Realmente, a ida pro ENEF fiz um banho de loja. Chomsky foi o meu conselheiro de viagem. Vi suas reflexões em um bando de gado solto em meio a um pasto interminável. Não é apenas mais uma metáforas amigos estou falando de latifúndios mesmo. Latifúndios que dominam praticamente toda a extensão da BR que foi de Teresina a Belém. E a questão agrária? Bem, eu nunca tinha meditado sobre a questão da reforma agrária e acho que lendo a autonomia dos trabalhadores de Chomsky juntamente com minha crise ideológica fez com que eu percebesse assuntos que me fugiam da realidade, como reforma agrária, MST, exportações e importações. Pra que tanta terra para quase nada? Tanta terra para poucos, por quê?
Em meio a tantas interrogações e coração apertado de reflexões chegou a hora do almoço. O ônibus parou em uma cidade chamada Santa Inês, terra natal de meu brother Brayan, e deliciamos uma comida muito boa que condizia ao seu absurdo valor. Demorou bastante e a fluidez da amizade em relação aos meus companheiros aumentava e os laços se fortaleciam rapidamente. Ao termino de quase uma hora de almoço a viagem já estava bem atrasada e cada brincadeira já entre nós, distintos viajantes, já era mais do que pura intimidade, amigos de velhos tempos. Se eu fosse sociólogo com certeza faria uma pesquisa sobre as viagens como modo de interação entre pessoas. Pessoas estas que tinham até de certa forma pouco contato pessoal. Posso citar Carolzinha que nos tornamos grandes amigos em pouquíssimo tempo.
17 horas compactuando e compartilhando brincadeiras diversas, coisas impagáveis. Coisas que o capitalismo ferrenho nunca irá comprar. Com cair da noite resolvemos nos juntar todos e trouxemos Luana que estava isolada para nossos bancos. Acabamos cochilando depois de um bom tempo de brincadeiras. Quando os ponteiros davam 22 horas e alguns minutos percebemos que estávamos próximos a capital paraense devido a urbanização constante (muitos prédios, casas e etc). Alguns minutos depois desembarcamos na rodoviária da antiga capitania do Grão-Pará.